sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Universo paralelo



Tanto tempo sem escrever me dá a sensação de quem costumava escrever era outra pessoa, em uma outra vida que está muito longe daqui. Talvez seja verdade e o mais chocante é que atualmente eu realmente não me importo se tiver que aceitar o fato de que escrever era coisa de um momento que passou.
Hoje tenho outras manias, outras obsessões que não cabem aqui. O tempo também é sempre curto, já que estou tendo que lidar com situações que não imaginava poder encarar sem ficar completamente maluca e , tirando uma surtadinha aqui e ali, uma crise de choro convulsivo de vez em quando, até que estou conseguindo levar...
No entanto, nada disso importa, pois o motivo que me fez dar uma escapada até aqui é bem particular. Coisa minha mesmo, daquelas que muito provavelmente ninguém vá entender, mas que eu sei que vou gostar de ter registrado quando voltar a ler estas linhas.
Bom, eu tenho meus universos paralelos habitados por grupos de pessoas que são ou me foram muito queridas e hoje me dei conta que uma amiga partilha da mesma sensação que eu. Há uns três anos atrás estávamos exatamente em lugares opostos e hoje ela frequenta um dos meus universos enquanto eu faço parte da realidade que ela habitava naquela época. Uma pena que não estamos no mesmo lugar na mesma hora, mas talvez o universo não desse conta de duas de nós ao mesmo tempo....Seria uma explosão atômica.
O que me deixa feliz nisso tudo, embora eu não deseje essa montanha-russa a ninguém, é que ela é a única pessoa que poderá entender exatamente como me sinto em relação a um monte de outras coisas. Sei que nenhum amigo meu irá me julgar pelas minhas atitudes um tanto estúpidas, mas esta amiga em especial, além de não me julgar, é a única que fala a mesma língua que eu. É um alívio enorme saber que em algum lugar existe alguém que passou por situações muito parecidas e tomou atitudes semelhantes, sejam estas atitudes positivas ou não.
Enfim, ela está onde eu estava há um tempo atrás e tenho certeza que enquanto estiver por lá, não vai querer sair. Eu também não queria, embora soubesse que tinha que voltar ( sei lá porque!). Talvez tivesse que voltar porque o corpo iria sucumbir se continuasse no ritmo frenético da euforia. Talvez porque no fundo ainda existia um senso de responsabilidade.... Ela também vai ter que voltar, mas aí, ao menos, eu vou estar do lado de cá no caso dela precisar de ajuda para se sintonizar novamente.
Papo de maluco, eu sei.
Fim de ano chegando... primeiro verão depois de algum tempo. Minha cabeça já está no ano que vem, mais precisamente, em alguns anos passados.