sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Proust,Freud e o Orkut


Não é de hoje que eu fico matutando sobre as relações virtuais,suas implicações e “complicações”.
O que me levou a esse post na verdade,foi uma reflexão sobre o que uma menina deixou
na página de recados do Orkut de um conhecido,sobre a razão pela qual ela não colocava fotos em sua página pessoal e dizia: “as fotos escolhidas para orkut, revelam uma verdade inventada!”
Dã!Jura mesmo?Poxa,e eu achando que todo mundo era tão feliz e tão bonito quanto nas fotos...
Eu ando muito irritada com os clichês do mundo e esse não é diferente. Você já ouviu falar de alguém que tire fotos quando está na merda?”Poxa,tô tão deprimida que vou tirar uma foto da minha cara de choro” ou então “Vou tirar uma foto antes de cortar os pulsos”...
Álbuns analógicos ou digitais sempre tiveram o mesmo propósito: possibilitar que possamos registrar e guardar aqueles momentos que queremos levar para a vida inteira, no entanto, devo admitir que algumas coisas mudaram.Com o advento da tecnologia digital e os sites de relacionamento,o que existe hoje é uma competição entre seus integrantes para ver quem é o mais rico,mais incrivelmente feliz,mais lindo....Hoje todo mundo pode ver seus álbuns e não só as visitas em sua casa.O alcance mudou:antigamente você viajava pela Europa e reunia os amigos para mostrar os slides,mas o objetivo central de você querer mostrar suas fotos é o mesmo,ou seja,causar aquela inveja básica nos amigos.
Proust disse (frase também tirada do Facebook de uma amiga): “nossa personalidade social é uma criação do pensamento alheio”. Ele estava certo e de acordo com Freud,esse mecanismo que usamos,a máscara social que vestimos diariamente,nada mais é do que um instinto natural de auto-preservação.Ele descreve melhor este fato em seu livro “Teorias da Personalidade”,onde ele discorre sobre as funções do Ego,Superego e Id,mas só para resumir,basicamente ele explica como e porque usamos personalidades diferentes em situações diferentes.
Um exemplo bem tosco de como fazemos isso instintivamente é a nossa adolescência: na maioria das vezes, somos pessoas completamente diferentes se compararmos nosso comportamento na frente dos pais e quando estamos com a “turma”. As razões são bem óbvias, não é mesmo?
Aí me aparece alguém no Orkut com uma frase daquelas querendo parecer “cool” e ainda quer me convencer de que ela não é o tipo de pessoa que maquia a realidade... Por favor,there’s not such thing! Tenho certeza que essa pessoa não é nem um quinto tão “cool” quanto tenta parecer,da mesma forma que não sou tão doce e nem tão feliz,assim como qualquer ser humano!
Clichê,clichê,clichê!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Aff



Vira e mexe eu resolvo ler meus posts e na maioria das vezes eu fico decepcionada...No momento que eu escrevo eu me sinto tão madura e quando leio estes textos sinto que estou lendo alguém que é extremamente sentimentalóide e infantil.Como pode?
No fundo deve ser porque o que realmente se passa na minha cabeça,eu não ouso publicar.Tudo muito pessoal e muitas vezes nada parecido com a pessoa meiga que eu pareço ser.
Outro dia eu falei alguma coisa para um amigo meu que me fez soar muito meiga e ele só olhou para mim e disse: "Quem não te conhece que te compre!"
- Por que?- perguntei - Eu posso ser meiga!Um monte de gente me acha meiga!
- Ahan - ele respondeu com um ar sarcástico.
Tenho que aprender sintetizar o que realmente se passa aqui de forma que quando eu escreva eu não pareça nem uma psicopata sem coração ( redundante,já que psicopatas são incapazes de sentir qualquer coisa)e nem uma abobada acéfala!(redundância de novo).
Enfim...uma hora eu acho o meio termo.