quarta-feira, 28 de abril de 2010

Comercial de margarina e inveja


Por que não existe comercial de manteiga? Eu nem como margarina... Ainda assim, eu me pego neurótica e paranóica pensando em toda a inveja alheia proveniente daquele monte de gente que realmente acredita que vivo num comercial de margarina.
Não é fácil não: "Levanta suas mãos para o céu para agradecer o marido que tem"." Nossa, que apartamento lindo" "ai que bebê perfeito"...
Quando os comentários vem de amigos queridos, são sempre bem-vindos, mas o que me preocupa é o tanto de gente que não me conhece e acha que levo uma vida de princesa.
Meu marido é o melhor do mundo sim, minha filha é linda e adoro minha casa. Meus amigos são demais e me considero realmente afortunada, mas quase ninguém sabe o que se passa nos bastidores.
O que se passa por trás da cortina só sabe quem se dá ao trabalho de ficar lendo o blog, porque não sou o tipo de pessoa que liga para os amigos para desabafar meus problemas, que não são poucos. Todo mundo já tem problemas demais para se preocupar com os meus também. Obviamente, meu pai, minha irmã e minha avó pouco se importam e sempre que podem fazem meus ouvidos de pinico e testam minha paciência ao limite.
É muito estranho pensar o quão pouco todo mundo me conhece. Tem aquele povo que acha que sou sábia e sempre tenho um bom conselho para dar. Tem o povo que me conheceu eufórica, então acha que eu sou uma porra-louca inconsequente. Tem a galera que acha que sou metida e arrogante e tem aqueles que me acham super meiga. Eu imagino que quem me viu dançando por ai deve achar que não tenho nenhum tipo de pudor ou inibição... Já teve gente que riu de mim quando disse que sou tímida em algumas situações.
Quem me conhece bem sabe o quanto eu posso ser mimada, arrogante, cínica e insuportavelmente chata...coitado do marido!
Eu nem sei direito no que acredito, mas sei que esse lance de energia negativa sempre mexeu comigo. Talvez eu seja só sugestionável. O que eu sei é que eu andava extremamente paranóica com essa coisa de inveja e achei que estava à beira de um ataque de pânico. Fui sentindo o medo e a depressão crescerem até chegar há uns 2 domingos atrás quando tive uma crise que eu achava ser fibromialgia. Tive espasmos de dor...chorei, gritei... achei que fosse morrer e então cheguei a querer a morte.
No auge do meu desespero, resolvi tomar um remédio que na única vez que havia tomado anteriormente me fez parar no hospital com parada respiratória, mas a dor era tanta que arrisquei do mesmo jeito. Tão logo coloquei o remédio na boca, vi tudo rodar e ficar preto... Naquele momento só pensei na frase que uma amiga disse uma vez: "Nosso instinto mais forte é o de sobrevivência" - ou seja, racionalmente, ninguém quer morrer... O cérebro nos prega essas peças. O que sei é que quando perdi os sentidos eu só pensava no quanto eu amo meu marido e minha filha e o quanto eu não queria deixá-los.
Quando voltei a mim, o Ronaldo estava com uma cara de desespero porque eu havia desmaidado com a Sofia no colo. Ele conseguiu nos segurar.
Cheguei a ir no reumatologista crente que estava sofrendo de depressão em função do desgaste físico e mental. Eu tinha a certeza que meu corpo estava à beira de um colapso... ERA DENGUE! Lá pela terça-feira as manchas avermelhadas e a coceira apareceram. Fiz exame de sangue para confirmar... Quando descobri fiquei tão feliz! O que eu havia sentido no domingo era apenas um sintoma da dengue amplificado pelo meu medo... Não senti mais nada desde então.
Eu sou a senhora psicossomática... somatizo tudo, é um horror!
Depois de tudo isso,até minha paranóia foi embora. Ainda bem... Quem quiser seguir sentindo inveja, fique à vontade...não que essas pessoas leiam meu blog. Até onde eu sei, só pessoas queridas e especiais se dão ao trabalho de tentar me conhecer um pouco mais e isso me deixa feliz.
Aos demais, EU NEM COMO MARGARINA!!!!!

terça-feira, 13 de abril de 2010

O mito da Caverna - sempre atual











Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para a frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.

A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.

Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.

Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna.

Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.

Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol, e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.
Libertado e conhecedor do mundo, o priosioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.

Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo.

Extraído do livro "Convite à Filosofia" de Marilena Chaui.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O 4 porquinhos


Certo dia, os 4 porquinhos vieram me visitar. Eu que não estava muito de conversa tive que ouvir o que eles tinham a dizer. Falaram, falaram e falaram sobre coisas que não tenho o menor interesse até que, cansada da ladainha, me invoquei e joguei 3 porquinhos pela janela. O quarto, ao ver o estrago que eu tinha feito só disse:
- Obrigado! Também não aguentava mais aquela falação!
E assim, eu poupei o último porquinho que voltou para casa feliz e saltitante!
Bom ,espero que daqui a un anos, quando eu ler esta historinha novamente, eu me lembre do que se trata! hehehe

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Café com bobagens


Cá estou eu falando com o vento e outros 3 ou 4 possíveis leitores. Me questiono constantemente sobre o porque de eu ter um blog público se não quero que o "público" leia tudo que se passa aqui.Na verdade, além de não querer, sei que também não é do interesse de ninguém a menos que por algum motivo eu vire celebridade da noite para o dia, mas como também não tenho essa intenção, acho que fica o dito pelo não dito mesmo.
O Tad Willilans menciona no conto que está no Livro dos Sonhos II( Sandaman ) que o desejo de todo escritor é ser lido, do contrário é como um grito no vácuo, ou aquela árvore que insiste em cair sem que ninguém a veja... Um despropósito. Por isso estou pensando seriamente em levar essa coisa de escrever mais a sério e fazer um outro site de trabalho e deixar este aqui para a única leitora que tem interesse em entender todo o caos que é minha cabecinha: eu mesma.
Ando me sentindo muito culpada de não estar lendo muito ultimamente... Fica difícil dar conta de tudo que quero, selecionar o que vou ler primeiro de forma que os outros autores não se sintam preteridos e ainda por cima assistir os filmes que tanto amo, séries,escrever e principalmente dar conta de um lindo bebê.
Não acreditava que a maternidade fosse capaz de tantas mudanças internas ou talvez isso tudo não tenha a ver com maternidade e sim com maturidade (espero eu).
Estou no meu momento concha, querendo me trancar aqui dentro e ver se consigo expandir meu conhecimento o máximo que puder. Tanto que estou cogitando estudar Psicologia e Filosofia quando terminar Letras.
Me sinto atrasada, retardada em relação a um monte de coisas... A depressão e a euforia me tiraram o foco do mundo por muito tempo e finalmente tenho me sentido mais centrada do que nunca. Vamos ver se dura.
Fui numa encontro filosófico ontem e a Márcia Tiburi ( meu mais novo ídolo )disse que a saída desse sistema enlatado no qual vivemos são os livros e que ela acredita nos livros de forma teológica até. Saí de lá querendo fazer parte desta religião também.
Talvez antigamente pessoas que se sentiam tão diferentes não tivessem com quem conversar, mas com o advento da tecnologia, é bem mais fácil encontrar alguém com quem você possa partilhar experiências que são de fato significativas.
Ao mesmo tempo que penso no quanto tem sido bom pra mim que eu possa vomitar (quase) tudo que eu penso aqui e perceber o quanto isso me faz bem, me bate uma depressão de pensar que eu estou fazendo o que milhões de outras pessoas também estão fazendo. Parece que todo mundo no mundo todo decidiu que ter seus 15 minutos de fama é mais importante do que nunca. Odeio esse sentimento de igual. O que é ridículo considerando que quando se tem uma doença mental justamente o que se busca é ficar o mais igual possível.
Eu nunca gostei do igual, nunca mesmo, mas não sou nem de longe a pessoa mais autêntica que conheço.Não me esforço para ser também, mas eu tinha a esperança de que um dia eu pudesse contribuir de alguma forma para que a vida de algumas pessoas fosse por algum tempo um pouco melhor. Queria fazer a diferença, justamente porque sempre me senti diferente.
Com certeza, não é desabafando num blog que isso irá acontecer e aí que mora o dilema patético: quero fazer diferença mas ao mesmo tempo não quero ser conhecida por isso. Tenho um medo danado de começar a escrever alguma coisa e alguém achar que é bom e no dia seguinte me deparar com situações com as quais eu não quero lidar. Curto muito o anonimato e quero ser lida... a solução é arranjar um pseudônimo e ficar escondidinha aqui.

( Alice está mais na moda que nunca... anda influenciando tudo que é coisa, mas eu gostei da letra desse clipe. Não curto Paramore, mas a estética do clipe é tão bonita e a letra tem bem a ver comigo - Aliás, contando os dias para ver o filme!)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

That's so me!

This video has been removed. Crap!

Alan tem um ataque de pânico na livraria ao perceber que existem mais livros a serem lidos do que tempo para lê-los! Esta sou eu surtando diante da quantidade de livros que quero ler! Estou tão atrasada com minha leitura que estou quase surtando, como o Alan. (00:03:19)
Sem contar a conversa no carro que não é muito diferente de uma conversa com minha irmã.Talvez eu devesse voltar à terapia.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Idéia


Ilustração de Dave McKean

" Sempre tive o desejo de poder experimentar, cometer todos os erros que precisar, sem envolver um ser humano de verdade. Ninguém merece ser experimento de alguém. Portanto, eis minha grande estratégia: em vez de um ser humano, conceberei uma idéia. Uma idéia não se machuca, não leva uma vida arruinada, não lamenta o fato de ter vindo ao mundo."
( Tad Williams - A filha do escritor- Livro dos Sonhos II)