domingo, 14 de junho de 2009

A PAZ



É incrível como a paz pode ser um conceito tão ilusório, frágil e muitas vezes superficial.
É consenso geral que a busca da paz é um objetivo coletivo, no entanto, o caminho para se chegar a ela é visto de maneira muito diferente por cada um. O próprio conceito de paz pode variar de pessoa para pessoa.
Quantas guerras não foram travadas em nome da paz?E se o caminho para atingi-la é mesmo uma guerra, então é tudo muito incoerente. Acredito que por isso a diplomacia tenha surgido, no entanto, no intuito de impor a paz de acordo com seu ponto de vista, o homem é capaz de travar as maiores batalhas, fazendo com que a paz pareça estar sempre numa corda bamba.
É fácil ser flexível quando o outro lado pensa da mesma forma que eu. Difícil é analisar friamente o que é proposto pelo outro e conseguir avaliar se um ponto de vista diferente do meu teria o resultado esperado por ambas as partes.
Hoje não me interessa a paz mundial. Estou preocupada com a minha paz interior e o preço a ser pago por ela.
Passei a maior parte da minha vida presenciando e participando de brigas familiares de modo que no meu aniversário de 17 anos eu só queria de presente que por um dia nós não brigássemos.Não aconteceu.
Hoje eu não consigo dormir pensando no que tem acontecido nos últimos dias. Exatamente hoje vivenciei cenas de harmonia que vistas por alguém de fora, pareceriam completamente normais. Gostaria de acreditar que foram, mas dado o histórico da minha família eu só posso chorar ao pensar o quanto tudo isso é falso, o quanto essa paz é extremamente superficial e baseada numa estrutura tão frágil que sinto que a qualquer momento pode ceder e dar origem a uma situação tão desastrosa que me dá medo só de pensar.
Não posso nem dizer que existe um conflito, pois sequer consigo entender o que sinto. Um misto de medo e dor. Se penso no dia de hoje e lembro de toda a minha história eu só consigo pensar no quanto tudo isso é doente.A idéia que me vem à cabeça é de uma criança que sem a menor noção do que está fazendo,mata um animalzinho e com um sorriso largo no rosto mostra para mãe e diz: “Mãe,olha que bonito” sem conseguir mensurar o estrago que fez,simplesmente por não ter idéia.
Algumas pessoas não conseguem assimilar certos conceitos básicos exigidos para se viver em sociedade e me pergunto se devo ter raiva delas ou pena. Me perguntar o que devo sentir não muda o que eu sinto,mesmo que eu não saiba definir exatamente o que é.
Haja terapia...não para mim,para todos aqueles que precisam.Se não há terapia disponível,ao menos diplomacia ajudaria.
Uma vez uma amiga me disse que eu não gostava de “por a mão na merda”que eu preferia pular fora .Insinuou que eu era covarde.De fato,prefiro escolher minhas batalhas e de preferência evitá-las quando sei que uma briga não vai me levar à lugar algum.Só que hoje especificamente me vejo no meio de uma briga que não escolhi e o pior,não tenho idéia de como sair dela.Se finjo que está tudo bem,sacrifico a minha sanidade,se falo o que sinto,sacrifico a sanidade alheia e nesse caso,sobraria para mim do mesmo jeito.Enquanto não encontro uma solução,eu choro e escrevo na esperança de que amanhã eu arranje forças para mais um dia.

Um comentário:

Kate Le Fay disse...

Agora entendi melhor seu dilema! Caramba, difícil mesmo saber a forma certa de agir. Será que existe forma certa? Para mim o importante é você está bem, se para isso for preciso se desvencilhar de alguém que está te fazendo se sentir mal so be it! Dá uma ignorada na pessoa, uma contornada daqui, outra dali até a poeira esfriar. Ou melhor ainda, vem passar 1 mês comigo e se desligar de todos os problemas hehehe Prometo te mimar muuuuitoooo!!! Queijinhos, chocolate quente e tudo o mais que vc quiser!!!! Love you ;)