segunda-feira, 15 de março de 2010

Enfadonha


Enfadonha!
Desde que me deparei com esta palavra no facebook de uma amiga,parece que ela tem me acompanhado.Sinto que é o que me define ultimamente.A palavra em si já é enfadonha.Enfadonha,enfadonha...se ficar falando muito ela também perde o sentido.
Talvez seja o cansaço que pese tanto no final do dia,quando me sinto mais sem graça ou uma série de fatores juntos,como não me reconhecer nas formas que me encontro(não sei ser gorda) ou o fato de não dormir como antes ou simplesmente a ausência da Euforia,nem me lembro da última vez que estive eufórica,mas para quem estava tão acostumada a oscilar entre os extremos,ficar perto do meio termo parece muito morno.
Vira e mexe eu empaco neste lugar que fica entre a depressão e a apatia.Ser “normal” não deveria ser tão tedioso.
Talvez,para quem já enxergou a vida nas cores vibrantes de um Toulouse Lautrec ou de um Van Gogh , ter que encarar os tons Pastel de Renoir e Monet faça parecer que a vida perdeu um pouco de tempero.
Não quero ficar eufórica e não sinto falta da adrenalina constante que ela provoca,mas às vezes tenho dificuldade em me acostumar com o que eu deveria.
Odeio esta sensação de não ser nada de mais.
Quando leio meus textos então,tenho vontade de parar tudo.Não estes depoimentos que acabam me ajudando,mas os contos,as crônicas...Sinto que não vou chegar a lugar algum com eles,justamente porque quando os leio,vejo uma pessoa que não quero ser,aquela pessoa enfadonha.
É muito difícil conseguir me sentir tão especial como quando estou eufórica,por mais que as pessoas que me amam tentem,eu infelizmente,nada sinto.
Olho no espelho e tento arduamente enxergar o que meus amigos e parentes vêem...mas eu não vejo.Não tem jeito.
Isso passa...eu sei.
Como disse,não sinto falta da Euforia... mas a paixão com que faço tudo quando estou eufórica é muito difícil recuperar estando aqui onde estou.
Vou continuar a busca,pacientemente,como tenho feito.Sinto orgulho de que ,embora não esteja saltitante , o fato de eu estar estável acalma muita gente.Eu não gosto nem de imaginar o trabalho que dou e a preocupação que causo cada vez que vou lá em cima ou então caio no meu abismo.
Quero crer que estou melhor onde estou,mesmo achando as coisas por aqui um tanto sem sal.

Um comentário:

Carla Ziemkiewicz disse...

Dani,

Sei que não adianta dizer que não há absolutamente nada de enfadonho em seus textos ou em voce, pelo contrário, há talento, graça, sensibilidade e criação.
Temperar um prato até achá-lo saboroso, faz a gente errar a medida do sal muitas vezes. Uma hora voce encontra a sua medida, acredite.
com carinho =)